Epicentro de explosão no México vira local de busca por restos humanos

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"Isso é carne. Olhem! E isso é um dente." "Este é um pedaço de calça com zíper e carne." "Isso é gordura humana e esses são restos de ossos."
No final de janeiro, uma semana depois da explosão de um oleoduto no México, amigos e parentes dos 91 mortos na tragédia procuravam por conta própria os restos de seus entes queridos no epicentro do estouro.

Já não há corpos, todos foram levados pelos peritos, mas eles continuavam cutucando entre a terra e as plantações de alfafa com hastes e varas para encontrar alguns pertences, alguma parte de roupa ou restos humanos que ajudem a identificar seus parentes.

"Aqui estavam três sobrinhas minhas: Beatriz, Norma Angélica e Karina. Elas vieram de Tlaxcoapan (município vizinho a Hildalgo, onde ocorreu a explosão) e não voltaram", disse María Isabel García Flores, 49, enquanto movia a terra entre soluços.

"Veja! Isso é carne", ela exclamou de repente. "Como você sabe que é carne humana?", perguntaram.

"Por causa da maneira como se desfaz. O plástico não se desfaz tão facilmente", insiste.

A poucos metros de Maria Isabel estavam Diana, Juan e Pedro, que guardavam como sentinelas um pedaço de terra escura onde horas antes eles haviam encontrado algumas chaves e um celular.



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